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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Os direitos...

OS DIREITOS DAS CRIANÇAS

O direito das crianças de serem enxergadas como sujeitos com direitos individuais, jurídicos, civis e sociais: portadores e construtores de culturas próprias. Portanto, participantes ativos na organização de suas identidades, autonomias e competências por meio das relações e interações com seus pares, adultos, idéias, coisas e acontecimentos autênticos e imaginários de mundos que se comunicam.
Isso, enquanto valida premissas fundamentais para uma condição mais elevada de cidadania do individuo ou de suas relações inter-humanas, outorga às crianças, a todas as crianças, dons e poderes naturais de extraordinária riqueza, de força e criatividade que não se pode ignorar nem decepcionar sem provocar sofrimento ou empobrecimento, em geral, irreversível.
Aqui, o direito das crianças de encontrar e desenvolver todas as suas potencialidades, valorizando as capacidades de socializar, acumulando afeto e confiança e satisfazendo suas necessidades e desejos de aprender: especialmente quando estão garantidos por meio de uma aliança eficaz com os adultos, preparados para préstimos e ajuda que privilegiem mais a procura de estratégias construtivas do pensamento e do comportamento do que a transmissão de saberes e habilidades.
Este último é o que acontece ao formar inteligências criativas, saberes livres e individualidades reflexivas e sensíveis por meio de processos contínuos de diferenciações e integrações com outras pessoas e outras culturas.
Que os direitos das crianças sejam os direitos das outras crianças e a dimensão de valor de uma humanidade mais realizada.

OS DIREITOS DOS PAIS

O direito dos pais de participarem ativamente - e de livre acordo com os princípios estabelecidos – das experiências de crescimento, atenção e formação de seus filhos, sob os cuidados da instituição publica. Não existe delegação nem alienação, somente a confirmação da presença e do papel dos pais avaliados em nossa longa tradição como instituição. Por um lado, uma forte e insistente aptidão da escola, que sabe o quanto pode extrair de uma boa colaboração das famílias para a maior segurança e tranqüilidade das crianças e para dar inicio a uma rede comunicativa que conduza a um conhecimento mais autentico e recíproco, e a uma busca mais proveitosa e compartilhada das modalidades, dos conteúdos e dos valores de uma educação mais eficaz. Por outro lado, pais preferencialmente jovens, de diferentes profissões, de níveis distintos de maturidade e cultura, e freqüentemente de outras origens étnicas, mas todos em conflitos com a escassez de temas disponíveis, com o custo de vida, com as dificuldades do dia-a-dia, com o medo da solidão e com as inquietudes do futuro. E todos com uma grande necessidade e desejo de explicar, falar, discutir e refletir sobre seus problemas, sobretudo a respeito do crescimento e educação de seus filhos.
Se a escola e os pais convergem para uma cultura colaborativa-interativa – que é uma seleção racional e vantajosa para todos – para que todos sigam experiências mais carregadas de sentido, então se entende o quão hostil e equivocada é a pedagógica da auto-suficiência e da prescrição; e, ao contrário, o quão amigável e proveitosa é a pedagogia da participação e da investigação.
Participação e investigação, são de fato, dois termos capazes de assumir novamente muitas das concessões mais gerais de nossa teoria educativa, assim como de voltar a assumir os requisitos para iniciar e manter a realização dos acordos cooperativos entre pais e educadores com valores que esta teoria assume em relação à perspectiva educativa das crianças.



OS DIREITOS DOS EDUCADORES

Os direitos dos educadores ou dos trabalhadores de cada escola, no que se refere a contribuir com a elaboração e aprofundamento dos marcos conceituais que definem conteúdo, finalidades e praticas de educação, por meio de debates abertos entre si mesmos, dos componentes da coordenação pedagógica e dos conselhos de gestão social, e em sintonia com os direitos das crianças e dos pais. Contribuindo, dessa forma, para selecionar os métodos, as didáticas, os projetos de pesquisa e observação, os campos de experiência, o auto aperfeiçoamento profissional comum, as iniciativas culturais, os deveres de gestão social e, definitivamente, os problemas relacionados com a organização dos ambientes de trabalho.
Esta rede colaborativa e de múltiplas interações, que confia na contribuição das idéias e competências de cada um e de todos – sempre aberta à atualização e às experimentações – já é a proposta de um modelo de investigação, de interação educativa, de cultura e de vida. Um modelo que não apenas revitaliza os papéis da escola e da família, mas também renova e reforça profundamente as formas sociais de construção e reconstrução dos saberes, apresentando-se para as crianças como algo muito vivo e estimulante, que pode integrar-se perfeitamente às necessidades e desejos de seu muno de relações e apropriações cognitivas. Da parte dos educadores, de cada um deles, uma condição para exaltar o diálogo e o debate dos ideais e das experiências e de enriquecer os instrumentos de valorização e julgamento profissionais.


METÁFORAS E TEXTOS

O uso de metáforas e analogias para transformar a realidade existente e criar outras realidades – por meio de processos de alusão, substituição, e metamorfoses imaginativas – são alguns dos elementos básicos do processo criativo, mas também algumas das estratégias que as crianças utilizam naturalmente na exploração do mundo.

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